Segundo se refere aqui, Cavaco Silva promulgou o Orçamento de Estado para 2012, apesar de todas as declarações públicas que anteriormente fez a criticá-lo. Este comportamento contraditório só contribui para descredibilizar o regime perante os cidadãos. Afinal de contas, o Presidente tem tão grandes divergências em relação ao Orçamento e não exerce nenhum dos seus poderes a este propósito? Admito que fosse inútil mandar o Orçamento para o Tribunal Constitucional, dado o facto de o Tribunal Constitucional ter deixado passar tudo e mais alguma coisa desde o momento em que a crise se instalou. E compreendo que o Presidente tivesse receio de usar o veto político, por medo da reacção do Governo e dos mercados. Mas ao menos poderia ter mandado uma pequenina mensagem à Assembleia da República a exprimir as suas divergências. Não perderia muito tempo com essa tarefa e, quando voltassem das suas férias de passagem de ano, os deputados teriam mais algum momentos para recordar os inúmeros sacrifícios que este Orçamento vai causar aos cidadãos.
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