sábado, 16 de abril de 2011

A "greve à democracia".

Para ajudar ainda mais ao enorme descrédito que atinge as nossas instituições, num autêntico clima de fim de regime, agora é o Bastonário da Ordem dos Advogados que vem apelar a uma "greve à democracia", consistente em os eleitores deixarem de ir votar nas eleições de 5 de Junho. O apelo contém uma mensagem política clara, que nem sequer é nova. O MFA já em 1975 tinha vindo propor o voto em branco nas eleições para a Assembleia Constituinte, pretendendo assim evitar o reforço de legitimidade que o voto daria aos partidos. Da mesma forma, José Saramago no seu Ensaio sobre a Lucidez descreve um movimento espontâneo de cidadãos que conseguia provocar 70% de votos em branco numa eleição, levando a que o poder político decidisse perseguir estes "brancosos". Pessoalmente acho que deixar as eleições nas mãos de uns poucos que queiram votar é altamente perigoso e um terreno propício ao desenvolvimento de partidos radicais. É a última coisa de que o país neste momento precisa. E especialmente o Bastonário da Ordem dos Advogados deveria evitar esse tipo de declarações neste momento.

3 comentários:

ernestino disse...

Já se tem dito que o BOA é um caso patilógico de necessidade de protagonismo, especialmente televisivo. Das enormidades que costuma debitar em decibéis, resulta para uns a indignação e para tantos, a ignorância sobre aquilo de que fala.

Apetece dizer-lhe como o Rei de Espanha disse ao irrequieto Presidente Chavez " porque não te calas"!.

Luís Menezes Leitão disse...

A resposta do Presidente Chavez foi um livro inteiro com o título: "Não me calo!".

francisco disse...

E se a ameaça da emergência de um partido radical nada mudasse nos partidos "não radicais" não seria sinal de que esta democracia não vale a pena?

E o que são esses partidos "não radicais" quando os vejo tão radicais a delapidar o erário público?! E vendo-os tão radicais na incompetência e na desonestidade pergunto-me: que partidos são esses, mais radicais do que estes?!