Quando estive em S. Tomé, em 1986, ainda pude assistir ao funcionamento da Roça Rio de Ouro então já nacionalizada com o nome de Agostinho Neto. Hoje, a roça está encerrada mas conserva, no silêncio das pedras, a memória de um sistema económico assente na exploração dos "contratados". Especialmente impressionante é olhar o hospital ao fundo, símbolo da mortandade que afectava os trabalhadores destas roças.
Um comentário:
Sim, diz muito bem _ a memória de um sistema económico assente na exploração dos "contratados". Acrescentaria, brutal e desumano. Eu fui par aqui a trabalhar, em 1964, como empregado de mato, quase dois anos antes de ir para a tropa, e, de facto, a vida ali era difícil para brancos e negros, à exceção do Administrador Geral, do Chefe dos Escritórios e do Feitor Geral - Antes do nascer do sol, já toda a gente tinha de estar no terreiro, e, para os empregados de mato, mesmo depois dos trabalhadores fazerem as suas empreitadas, só podiam regressar ao chalé, ao pôr do sol. As únicas saudades que tenho desse tempo, é de que era ainda jovem, de resto, é um dia de escravo para esqwuecer.
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