Realizar uma cerimónia de pompa e circunstância para abrir o ano judicial de 2011 no dia 16 de Março do ano correspondente já diz tudo sobre o estado caótico da nossa Justiça. Mas o verdadeiro estado dos nossos tribunais hoje denunciado pelo Jornal de Negócios é absolutamente arrasador. Como bem diz o seu Director, Pedro Santos Guerreiro, num magnífico editorial, "estamos cansados de reformas na Justiça. Já se reformaram todos os códigos, os mapas judiciários e os nós das acções executivas - e o que sobra são suspeitas de leis à medida de quem legislou, políticas paralisadas e um milhão de processos a entupir tribunais". Por isso, como ele igualmente refere, a fotografia de família que hoje se produzirá da cerimónia será "a mais triste fotografia da decadência de uma era democrática". Na verdade, perante o que se está a passar na justiça, acho que não há qualquer justificação para uma cerimónia deste tipo. A mim lembra-me o célebre episódio daqueles que continuaram a tocar violino enquanto o Titanic se afundava.
Um comentário:
Esquece o Snr Professor, que sem esta cerimónia, o Snr Bastonário da O.A. perdia uma oportunidade de se mostrar mais uma vez ao País. Com a sua profunda e esclarecida intervenção televisiva, a Justiça só ficou a ganhar
È bem possivel que essa tenha sido a razão primeira da realização da cerimónia.
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