É evidente que o iPad constitui uma das maiores invenções dos últimos anos, inteiramente devido ao génio de Steve Jobs, que, em lugar de ir atrás dos gostos dos consumidores, ensina os consumidores a gostar dos produtos que cria. Quando vi pela primeira vez a sua proposta de "computador de sofá", perguntei-me que necessidade haveria de um produto assim, mas a verdade é que foi um enorme sucesso de vendas. A facilidade com que nesta indústria ocorrem imitações levou a que a Samsung quisesse lançar logo um produto idêntico, o Galaxy Tab. Nalguns países menos respeitadores da propriedade intelectual é possível que tenha sucesso. Na Alemanha, onde a propriedade intelectual é levada a sério, a venda do tablet da Samsung acaba de ser proibida. Parece que a defesa da Samsung era a de que já no filme de Stanley Kubrick, 2001 A Space Odissey, de 1968, apareciam dois actores a manipular ecrãs portáteis pretos de cantos arredondados, semelhantes aos tablets da Apple e da Samsung, o que levou Ferreira Fernandes nesta excelente crónica a considerar que o crédito da invenção deveria afinal ser atribuído ao sonho visionário de Stanley Kubrick. Não tem, porém, razão. Ao contrário do que escreveu Fernando Pessoa, as obras não nascem porque Deus quer e o homem sonha. Nascem porque alguém trabalha duramente para as criar, tendo o valor desse trabalho que ser protegido.
2 comentários:
Totalmente de acordo e se me permite citá-lo-ei no meu blog Patologia Social, que renasceu das cinzas. Cumprimentos, jab
Claro que sim. Votos de uma excelente continuação para o seu blog.
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