Tinha uma grande admiração pelo Juiz Baltasar Garzón, que ficará na memória de todos pela forma extremamente competente como perseguiu o ditador Pinochet, demonstrando que no estrangeiro também o poderiam perseguir pelos inúmeros crimes cometidos no Chile. No entanto, depois disso Baltasar Garzón deixou-se manifestamente deslumbrar pelas luzes da ribalta, esquecendo-se que a sua legitimidade derivava do rigoroso cumprimento da lei. É manifesto que um juiz tem que respeitar as regras legais de produção de prova e ordenar escutas às conversas entre os acusados e os seus advogados é uma violência grave aos direitos da defesa. Garzón fica agora onze anos impedido de exercer a função de juiz, o que significa o fim da sua carreira. Mas a meu ver só se pode queixar de si próprio. Deveria ter compreendido que nem o melhor juiz do mundo está acima da lei.
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