sexta-feira, 14 de novembro de 2008

Um país estagnado.

Surge agora a notícia de que o País se encontra em estagnação económica. É manifesto que tal já se esperava e que tem sido absurdo o discurso deste Governo de que a crise é internacional e de que o país até está pouco exposto a ela. Aliás, se há alguma coisa que se tem notado nos últimos tempos é que, depois de uma resposta inicial adequada do Ministro das Finanças, o Governo começa a perder o pé nas mais diversas situações, contribuindo para o avolumar de um estado de espírito altamente negativo na população.
Uma das questões foi o Estatuto dos Açores, que contribuiu para um braço de ferro entre o Presidente da República e o Governo, que nada justificava. O edificante episódio da Madeira deveria servir, pelo contrário, para se entender que a autonomia regional deve ter limites e que os poderes do Presidente da República não podem ser postos em causa por esta via.
Outra questão foi, depois de uma manifestação de professores que leva 120 000 pessoas para a rua, o Governo persistir em que nada de grave se passa no ensino, quando é manifesta a desmotivação e a revolta que atinge os professores. A sensação que se tem é que esta equipa da educação, por muitos méritos que tenha, já não tem condições para continuar. Insistir nesta política é prejudicar o ensino que os alunos estão a receber.
Na área da segurança, a situação ainda se torna mais grave. O facto de já não estarmos no Verão leva a que as notícias dos crimes violentos passem mais despercebidas, mas está a grassar um enorme sentimento de impunidade na nossa sociedade. Naturalmente que as operações policiais exibidas na televisão de nada servem para evitar o aumento da criminalidade que se está a verificar.
O caso mais grave foi, no entanto, o BPN que corresponde a um exemplo elucidativo de algo que nunca se julgou possível existir no nosso sistema financeiro, estando ainda por esclarecer as condições em que organismos públicos colocavam e retiravam milhões de euros nesse banco. A falta de acompanhamento do Banco de Portugal em relação a esta situação, cujos contornos já eram há muito evidentes, é confrangedora, sendo espantoso que ninguém a esse nível assuma responsabilidades. Mais uma vez, neste país a culpa morre sempre solteira.
Mas perante este descalabro do Governo, que faz a líder do maior partido da oposição? Reconhece que a mensagem não está a passar e declara que "não pode ser a comunicação social a seleccionar aquilo que transmite". É difícil as coisas estarem a correr pior para o PSD, especialmente quando se esperaria de uma pessoa com a reputação económica de Manuela Ferreira Leite, que tivesse uma palavra a dizer sobre esta crise económica, a qual nunca se ouviu. E não foi por falta de microfones.
O país está assim estagnado entre o descalabro do Governo e a ausência de oposição. E o problema é que as coisas têm tendência para piorar cada vez mais.

Um comentário:

Anônimo disse...

" Estimativa Rápida do Produto Interno Bruto (PIB) aponta para um crescimento de 0,7% em volume no 3º trimestre de 2008 face ao período homólogo, a mesma taxa verificada no trimestre anterior. O PIB no 3º trimestre de 2008 terá registado uma variação nula face ao trimestre precedente "
Fonte INE

Os números e as percentagens, servem para o que quisermos.....estatísticas !!!!
Numa outra linha, desde quando é que uma organização/Corporação, é reforma do seu interior ? Não é isto que os sindicatos querem ?