Lá estive então em Washington no momento histórico da eleição presidencial de 2008, tendo realizado a minha conferência sobre o Direito do Trabalho na União Europeia. Professores e estudantes americanos manifestaram-se impressionados com o grau de protecção que as Directivas da União Europeia conferem aos trabalhadores.
É extraordinário ver a eleição presidencial a partir de Washington. Os bares à volta de Capitol Hill atraem uma série de gente que assiste emocionada à saída dos resultados nos diversos estados. Cedo se tornou clara a tendência de vitória de Obama que, quando se confirmou, desencadeou uma explosão de alegria tal que seguramente se ouviu a grande distância. A qualidade dos concorrentes ficou expressa nos discursos de derrota de McCain e de vitória de Obama. O primeiro foi extremamente digno na hora da derrota. O segundo foi absolutamente épico, tendo comovido toda a nação americana, e confirmando o carácter de estrela que Obama constitui no novo panorama político.
Há, porém, nuvens negras nesta vitória. Desta vez, em pleno centro da cidade, encontrei imensos sem-abrigo a dormir nas ruas e enormes filas para a sopa dos pobres, onde se encontravam pessoas relativamente às quais se notava ser muito recente a sua caída na pobreza. Nunca tinha encontrado nada semelhante nas minhas anteriores viagens a Washington. A denominada crise financeira é na América uma crise económica profundíssima. É por isso gravíssimo o estado a que a presidência de George W. Bush conduziu este país. Esperemos que Obama tenha a capacidade necessária para inverter esta situação.
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