A história das pressões no caso Freeport está manifestamente a deixar o PS completamente à deriva. Depois de Vital Moreira dizer o óbvio sobre esta questão, mas a destoar da posição do Governo, já veio arrepiar caminho, como não podia deixar de ser, desdizendo em Coimbra o que tinha dito em Évora. Bastou para isso este recado de Alberto Martins, a sustentar a peregrina tese de que demitir Lopes da Mota seria "desautorizar o PGR". De facto, embora o membro nacional do Eurojust seja nomeado por dois membros do Governo, sob proposta do PGR, afinal a sua manutenção no cargo depende apenas do PGR. Mas com a repercussão internacional desta situação ninguém se preocupa.
Muito infelizes me parecem ser também as declarações de António Arnaut, prestigiadíssima figura da advocacia que muito admiro, mas a quem neste caso não atribuo qualquer razão. Considero, pelo contrário, um acto de coragem dos magistrados encarregados da investigação do processo terem denunciado esta situação, a qual foi trazida a público pelo Presidente do Sindicato dos Magistrados do Ministério Público, no âmbito das funções que lhe incumbem de defesa dos seus associados. Não há qualquer "delação" nesta atitude, pois numa sociedade democrática estas questões não podem ficar no segredo dos deuses.
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