Não parece que exista presentemente qualquer alternativa séria à independência do Kosovo, e mal anda a União Europeia se persiste em adiar oproblema, prolongando o inaceitável status quo que o coloca como integrando formalmente a Sérvia, mas sujeito a uma administração conjunta da ONU e dos dirigentes albaneses, numa espécie de protectorado internacional. Efectivamente, não se vê que, depois do sangrento conflito de 1999, haja quaisquer condições para o Kosovo permanecer integrado na Sérvia contra a vontade da 90% da sua população, que é de etnia albanesa. E se são legítimas as preocupações da Sérvia em relação à ligação histórica e religiosa que possui com o Kosovo, considerado como o berço da sua pátria, é manifesto que a protecção desses lugares históricos e religiosos pode ser assegurada sem pôr em causa a vontade da esmagadora maioria da população kosovar, que pretende a sua independência da Sérvia. Exige-se neste caso algum realismo à União Europeia, em vez da persistência em querer ignorar os ventos da História. Aceite-se a independência do Kosovo e prepare-se desde já a futura adesão da Sérvia e do Kosovo à União Europeia.
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