Apesar de ter combatido frontalmente o Dr. Marinho Pinto nas recentes eleições para a Ordem dos Advogados e de continuar a estar em frontal desacordo com as soluções que ele propõe para a nossa Ordem, não posso obviamente concordar com este coro de protestos pela sua eleição e muito menos com os qualificativos depreciativos em torno da sua pessoa. São os advogados que em cada eleição decidem quem os deve representar e mal anda quem pretende censurar já essa escolha, sem dar sequer ao novo bastonário a oportunidade de mostrar o que vale. Pela minha parte, entendo que a defesa da nossa profissão exige que se respeite quem foi eleito para representar os advogados. Numa fase difícil para os advogados, não se enfraqueça a sua Ordem com críticas à legítima escolha dos Colegas.
Um comentário:
Exmo Senhor Prof. Dr. Menezes Leitão.
Deixe-me que lhe diga que o apoiei na candidatura a Bastonário e foi em si que votei.
Mas seria injusto se não revelasse que não foi a minha primeira escolha. Explico.
Tive a honra de ser seu aluno da cadeira de Obrigações na Universidade Autónoma de Lisboa (que gostaria de o ver mais defender publicamente) mas porque nessa altura não teria ainda a maturidade para acolher com agrado as matérias de Obrigações e por isso não guardo boas memórias “dessa lições” (como “reza” o Fado do Estudante).
Aliás, digo-lhe com muita sinceridade e com respeito que ouvi algumas pessoas dizerem que não gostam de si muito por “culpa” da árdua cadeira de Obrigações na qual foram também seus alunos.
Há, contudo, que saber separar as coisas e foi o que fiz. Li com muita atenção o programa eleitoral de cada um dos candidatos e o seu é o único relativamente ao qual não tinha qualquer objecção. Aliás, sou totalmente a favor da ideia de que não existem Advogados a mais e de que a Ordem dos Advogados não tem legitimidade para impedir ou limitar o acesso à profissão e isso, para mim, foi o que distinguiu grandemente a sua candidatura das demais.
Nunca ficaria bem com a minha consciência caso tivesse votado no Dr. Magalhães e Silva – a tal “primeira escolha” - que tão frontalmente propunha medidas no sentido de claramente limitar o acesso à profissão e de acabar com a formação no seio da O.A. passando-a para a responsabilidade dos patronos (perguntava-me: que patronos? E quem garante uma boa formação? Quem fiscaliza se tal formação está sequer a ser ministrada? Não criaria esta solução um enorme fosso entre os Advogados Estagiários das grandes sociedades de Advogados, com meios e colegas especialistas e especializados, e os Advogados Estagiários de Advogados em prática isolada que trabalham em várias disciplinas do Direito sem se especializarem em nenhuma e que têm por vezes vícios enraizados que acabam por passar aos colegas mais novos?), pelo que foi em si, como já disse, que votei.
Parabéns pelo blog. Parabéns pela postura e pelas ideias. Para mim seria o melhor Bastonário daqueles que concorreram.
Postar um comentário