Depois das corajosas denúncias do Procurador-Geral da República sobre a violência nas escolas, vem agora a Ministra da Educação confessar que já sabia desta gravíssima situação há muito tempo.
A sua resposta foi, no entanto, típica do discurso eduquês com que o Ministério da Educação habitualmente trata os problemas no ensino. Refere que "são dados que são compilados e reportados pelo próprio Ministério da Educação. E resolvidos também". O "também" é elucidativo, pois parece demonstrar que a resolução dos problemas de violência é algo que apenas acresce à magna tarefa de compilar e reportar dados. Na verdade, somos informados que uma das apostas do Ministério é "desde logo, melhorar o sistema de observação que permite ter hoje um conhecimento muito próximo, quase diria, no momento, das coisas que estão a acontecer nas escolas, podendo evidentemente apoiá-las na resolução dos problemas". O que interessa para o Ministério é assim o conhecimento próximo e apenas eventualmente apoiar a resolução dos problemas.
Quando é que o Ministério da Educação perceberá que a escola pública de qualidade é um bem valioso de mais para ser posto em risco por políticas que apenas a tratam como cobaia para observações e experiências? A violência nas escolas não se compadece com atitudes passivas de observação. Exige uma actuação imediata de resolução dos problemas. Quanto a observadores e recolha de dados, já chegam as filmagens pelo telemóvel e a sua colocação no Youtube.
Quando é que o Ministério da Educação perceberá que a escola pública de qualidade é um bem valioso de mais para ser posto em risco por políticas que apenas a tratam como cobaia para observações e experiências? A violência nas escolas não se compadece com atitudes passivas de observação. Exige uma actuação imediata de resolução dos problemas. Quanto a observadores e recolha de dados, já chegam as filmagens pelo telemóvel e a sua colocação no Youtube.
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