Em primeiro lugar, num autêntico tiro no pé, António Costa elege o Bloco de Esquerda como inimigo principal do PS, o que só enfraquece o próprio PS, colocando-o ao nível do Bloco na luta pelo eleitorado de esquerda, levando a que o próprio Louçã tenha agradecido a referência.
Em segundo lugar, Manuel Alegre declara que não vai ao Congresso, deixando Sócrates e os seus apoiantes a falar sózinhos, e demonstrando com isso que há uma importante facção do PS que já não se revê em Sócrates.
Em terceiro lugar, Sócrates apresenta Vital Moreira como seu cabeça-de-lista às europeias, o que constitui uma escolha obviamente redutora, face aos anteriores nomes que tinham sido referidos. Como tem demonstrado no seu blog, Vital Moreira é um dos apoiantes mais indefectíveis de Sócrates, o que faz supor que Sócrates já não consegue chamar pessoas fora do seu núcleo restrito de seguidores. É de salientar ainda que, nesta época de crise onde se esperariam soluções novas a nível europeu, Vital Moreira nada tem de novo a dizer sobre as questões europeias, a não ser insistir no desastrado Tratado de Lisboa, tendo sido até um dos maiores apoiantes da escandalosa decisão de retirar aos portugueses a possibilidade de sobre ele se pronunciarem em referendo. Não admira, por isso, que tenha logo começado por assumir que não conseguirá repetir o resultado de Sousa Franco.
Finalmente, como anti-clímax absoluto, o Congresso é suspenso por falta de electricidade no recinto. Perante a sucessiva quantidade de desastres que lá estavam a ocorrer, essa é capaz de ter sido a melhor decisão que saiu desse Congresso.
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