É extremamente preocupante esta notícia , que mostra que os efeitos da crise no crédito sub-prime dos Estados Unidos são muito maiores do que inicialmente se pensava, e que poderão levar a economia americana a uma recessão comparável à Grande Depressão desencadeada em 1929. Compreende-se por isso que a Reserva Federal Americana tenha vindo a reduzir sucessivamente a taxa de juro e que o Presidente Bush insista com a Arábia Saudita para aumentar a produção de petróleo em ordem a reduzir o seu preço . Parece-me, porém, pouco provável que os sauditas o venham a fazer, pois nesse caso já o deveriam ter feito logo que o petróleo atingiu níveis muito mais altos do que o que estávamos habituados, como anteriormente sucedia. Na verdade, é esta ausência de intervenção da Arábia Saudita que está a enervar os mercados petrolíferos, levando a suspeitar que as suas reservas já não são tão abundantes quanto o que se tem tentado fazer crer, o que receio que corresponda à verdade.
Neste enquadramento, a política do Banco Central Europeu parece-me totalmente desajustada. Numa obsessão com o controlo da inflação, que é em grande parte desencadeada pela subida do preço do petróleo, o BCE sistematicamente dá avisos de mantenção ou subida da taxa de juro, o que vai inevitavelmente colocar o euro num valor cada vez mais forte face ao dólar. Receio que o BCE esteja com esta atitude a olhar para a árvore e a esquecer-se da floresta.
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