O JN noticia hoje que o Primeiro-Ministro, José Sócrates, convidou os diversos responsáveis da Justiça para um "jantar privado", em ordem a "tentar amenizar as críticas do sector a várias políticas do Governo". Parece que o referido jantar se deveria realizar "em sigilo", pelo que não consta das agendas oficiais de nenhum dos participantes e que mesmo o Gabinete do Primeiro-Ministro considera que este faz parte da sua "agenda privada".
Aliás, segundo refere o mesmo jornal, Sócrates já "tinha jantado (igualmente em S. Bento e em sigilo) com vários empresários da construção civil e com os empresários do sector da construção, a quem foi pedido mais investimento para este ano". Também com o Conselho de Reitores foi realizado um jantar, mas este de forma oficial, tendo-lhe sido prometidos "melhores dias do ponto de vista do financiamento das universidades".
Este tipo de procedimento é bastante anómalo do ponto de vista da transparência da acção governativa. Não me parece que as questões importantes que afligem o sector da justiça devam ser discutidas secretamente em jantares privados, onde se fazem vagas promessas de melhorias, que depois ninguém pode sindicar. Antes é imperioso que se dê público conhecimento do que se planeia fazer para o sector. E não há jantares que possam amenizar o desagrado que se sente no sector com as medidas governamentais, de que a recente portaria do apoio judiciário é mais um triste exemplo.
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