Refere-se aqui que a estratégia do PSD para as próximas eleições legislativas poderia passar por uma coligação com o PSD, em reedição do Bloco Central que vigorou entre 1983 e 1985. Não estou seguro de que tal seja uma genuína proposta da nova liderança do PSD, parecendo-me mais uma tentativa de criação artificial de factos políticos, de acordo com o estilo habitual de Marcelo Rebelo de Sousa.
Se fosse verdade, era difícil conceber estratégia mais errada em termos políticos. Ninguém irá votar no PSD se souber que as suas propostas de Governo passam pela recondução de José Sócrates como Primeiro-Ministro. Mesmo os pactos de regime que têm sido ensaiados entre os dois maiores partidos correspondem a um claro erro estratégico, pois impedem o PSD, que se deveria apresentar como alternativa de Governo, de propor soluções diferentes nas áreas que os eleitores consideram mais importantes. O exemplo do pacto da justiça demonstrou que o seu único efeito foi amarrar o maior partido da oposição a propostas absolutamente inadequadas nessa matéria.
A nova estratégia do PSD deverá passar antes por fazer uma oposição sistemática e consistente, apresentando propostas diferentes para o Governo do País. Neste âmbito, acho um mau começo o prudente silêncio a que assistimos nos últimos tempos. Mas esperemos para ver.
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