Conforme se refere aqui, constitui neste momento uma incógnita o resultado da votação da Irlanda em relação ao Tratado de Lisboa. Não deixaria de ser irónico que, depois de uma decisão totalmente antidemocrática de obrigar os Estados-Membros a ratificar o Tratado de Lisboa sem sujeição a referendo, o Tratado viesse a ser rejeitado pelo povo do único Estado-Membro que, por razões constitucionais, é obrigado a realizar esse referendo. Não me parece que se chegue a essa situação, pois acredito que os Irlandeses acabarão por votar "sim" ao Tratado. Em qualquer caso, é manifesto que o afastamento que a União Europeia, com este processo, veio criar em relação aos cidadãos europeus é extremamente prejudicial. A Europa constrói-se apelando à participação dos cidadãos e não excluindo-os nas fases mais importantes da sua evolução. Internamente, não deixará de ficar para a História a decisão do PS em quebrar o compromisso do referendo em Portugal, a que disparatadamente se associou o PSD. De facto, para os partidos do arco do poder interessa mais ser visto como "bom aluno" em Bruxelas do que respeitador da palavra dada aos eleitores em Portugal.
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