Quando foi lançado o processo de Bolonha, disse logo que aquilo era a maior fraude que se podia fazer ao ensino superior em Portugal. Na verdade queria-se convencer os alunos que uma licenciatura pós-Bolonha seria idêntica a uma licenciatura pré-Bolonha e que o mercado nunca distinguiria as duas situações, podendo assim reduzir-se os cursos sem qualquer problema. Como é óbvio, o mercado de trabalho traçou imediatamente uma linha vermelha entre as duas licenciaturas. Depois paulatinamente o próprio Estado, o autor desta fraude, começou também a fazê-lo, salientando-se o facto de o Centro de Estudos Judiciários ter logo exigido mestrado para o ingresso na sua formação inicial, mas dele dispensar os licenciados antes de Bolonha. Agora parece que em todos os concursos do Estado as licenciaturas pré-Bolonha passam a ser equiparados a mestrado, o que reduz ainda mais o reconhecimento da licenciatura pós-Bolonha. Pode-se então perguntar para que é o que Estado sujeitou tantos estudantes a este sistema, com sérios prejuízos para a sua formação, para depois ser ele próprio a desvalorizar as licenciaturas cuja duração estabeleceu. A ser assim, porque não deixam os estudantes fazer hoje antes uma licenciatura pré-Bolonha? Para mim é mais que tempo de se acabar com a bolonhização das Universidades.
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