Em 12 de Agosto de 2001 seis empresários portugueses foram brutalmente
assassinados em Fortaleza, no Brasil, tendo a polícia rapidamente
capturado o autor do crime, Luís Miguel Militão. Espantosamente, no
entanto, a polícia brasileira permitiu que o mesmo fosse longamente
entrevistado na prisão pela comunicação social, à qual relatou todos os
pormenores do crime. Nessa altura fiquei a pensar que defesa poderia ser
apresentada em tribunal para aquele homem, depois daquele espectáculo
mediático. Na verdade não houve defesa possível, tendo o mesmo sido
condenado pelo tribunal brasileiro a 150 anos de prisão. Fiquei por isso
convencido de que em Portugal se defendia mais adequadamente os
direitos dos arguidos pois as televisões nunca passariam uma coisa
destas. Pelos vistos, enganei-me. Hoje os interrogatórios de arguidos
podem surgir livremente no prime time televisivo sem que ninguém faça
nada.
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