Faz hoje vinte anos sobre a queda do muro de Berlim, um dos fenómenos históricos mais impressionantes para as pessoas da minha geração. Quando nasci, já o Schandmauer se encontrava erguido e a sensação que tínhamos era a de que era indestrutível, sob pena de se iniciar imediatamente uma guerra nuclear. Mesmo os próprios alemães que conheci pareciam absolutamente conformados com a divisão da Alemanha, considerando-a como um preço a pagar pela paz mundial. A DDR era reconhecida internacionalmente e até conseguia obter grandes êxitos desportivos, que depois foram explicados pela institucionalização do doping nesse país. Em Portugal chegou mesmo a ser fundada uma associação de amizade com a RDA.
Em 1989, porém, tornou-se claro que alguma coisa de novo iria acontecer. O facto de a Hungria e a Checoslováquia terem permitido o êxodo de milhares de alemães de leste para o Ocidente através das suas fronteiras tornou claro que a manutenção do muro era insustentável. Diz-se que foi um lapso numa entrevista que precipitou a queda do muro, mas é manifesto que a DDR já estava morta naquele momento. Em qualquer caso, o dia 9 de Novembro de 1989 ficará na memória como um dos dias mais felizes a que a minha geração assistiu.
Nenhum comentário:
Postar um comentário