Esta notícia sobre a reunião do Conselho Consultivo da Justiça demonstra uma clara inversão da política que tem vindo a ser adoptada para o sector nos últimos anos. Na verdade, enquanto que o anterior Ministro da Justiça, Alberto Costa, nunca reuniu este órgão durante todo o seu mandato, o actual Ministro, Alberto Martins, começa logo por voltar a convocar o referido Conselho, dizendo que quer "desbalcanizar o sector através do diálogo". Entretanto, a primeira medida proposta por este Ministro vem precisamente a ser a suspensão dos prazos judiciais por mais quinze dias, dando razão à contestação que se fez à primeira medida decretada por Sócrates logo no seu primeiro Governo, que foi precisamente a redução das férias judiciais a um mês.
Entretanto, também na Educação se verifica uma inflexão total da política que tinha vindo a ser seguida, cantando os sindicatos vitória, com Mário Nogueira a proclamar que "este modelo de avaliação acabou".
Tudo isto estaria muito bem se o Primeiro-Ministro fosse outro. Acontece que é precisamente o mesmo que nos governou nos últimos cinco anos. Ora, sendo o Primeiro-Ministro o responsável geral pela condução da política do Governo, como é possível que políticas a que deu o seu acordo durante anos sejam assim alteradas de um dia para o outro, apenas em função da mudança de ministros? A sensação com que se fica é de um grande desnorte na prossecução das políticas governamentais, o que em nada tranquiliza os cidadãos na altura de crise que atravessamos
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