quinta-feira, 7 de outubro de 2010

Um prémio Nobel justíssimo


Congratulo-me com esta notícia da atribuição do Prémio Nobel da Literatura 2010 a Mário Vargas Lllosa. Depois de tantos anos em que a Academia Sueca atribuiu o Nobel a escritores medíocres, desta vez acertou em cheio. Vargas Llosa é um escritor de nível universal, tendo retratado a realidade latino-americana de uma forma admirável. Entre os seus livros saliento La Guerra del Fin del Mundo sobre a revolta dos Canudos no Brasil do séc. XIX, onde o autor retrata a alienação colectiva que uma seita religiosa pode provocar, e La Festa del Chivo, sobre a sinistra ditadura de Trujillo na República Dominicana. Obras extraordinárias que nos dão a conhecer uma parte do mundo completamente diferente da realidade europeia.
A única coisa que tenho pena em relação a Vargas Llosa foi que a sua intervenção política não tenha tido o mesmo sucesso que a literária. Afinal perdeu as eleições para a presidência do Peru para Alberto Fujimori, que se veio a revelar um ditador sinistro. A política é uma arte muito difícil, que nem sempre está ao alcance dos intelectuais, por muito brilhantes que sejam.

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