Esta notícia sobre a Declaração de Bolonha está em conformidade com o que sempre pensei sobre a forma deficiente como a mesma foi aplicada em Portugal. Impondo essa Declaração a existência de três graus, bachelor, master e doctor, fez-se uma apressada transposição para os nossos graus de licenciado, mestre e doutor, obliterando que os graus portugueses tradicionais exigiam requisitos curriculares superiores aos graus de Bolonha. O resultado foi a imediata desvalorização no mercado profissional do grau de licenciado, ou pelo menos o estabelecimento de uma distinção entre os graus pré e pós-Bolonha, o que se apresenta totalmente contrário à uniformização de graus pretendida. Queria-se uma uniformização de graus a nível europeu e o que se conseguiu foi uma diferenciação de graus no nosso próprio país.
Qualquer reforma do ensino superior exige ponderação e conhecimento das realidades, não bastando o voluntarismo de querer apanhar um comboio em andamento. É paradoxal que o resultado da Declaração de Bolonha possa ser a redução da empregabilidade dos licenciados após a mesma. Pessoalmente, acho que era altura de uma reflexão profunda sobre os resultados deste processo.
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