Concordo inteiramente com este post de José Medeiros Ferreira. Na verdade, começa a parecer que as eleições para a Câmara de Lisboa ameaçam tornar-se numa espécie de segunda volta das legislativas, especialmente se, como se prevê, o resultado destas não permitir uma vitória clara a nenhum partido.
Se José Sócrates perder as eleições, terá naturalmente que abandonar a liderança partidária, e aí António Costa só terá hipóteses de lhe suceder se conseguir conservar a Câmara. Se a perder, o PS irá naturalmente virar-se para uma outra figura nova, que lhe faça esquecer o descalabro de três derrotas eleitorais consecutivas.
No PSD a situação também não é muito diferente. Se Manuela Ferreira Leite perder as eleições terá que enfrentar uma enorme disputa pela liderança, na qual Santana Lopes não deixará de participar se voltar a ser eleito Presidente de Câmara. Já uma derrota sua na Câmara afastá-lo-á necessariamente dessa disputa.
Não admira, por isso, que, nas eleições para a Câmara de Lisboa, PS e PSD tenham procurado alargar a sua base de apoio a outros partidos e a independentes, até mais do que nas eleições legislativas.
Só que esta situação vai gerar uma enorme indefinição política entre 27 de Setembro e 11 de Outubro, o que atrasará eventuais coligações para a formação do próximo Governo. Teria sido por isso claramente preferível que estas eleições tivessem sido marcadas para o mesmo dia.
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